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Cadernos do Desenvolvimento tem nova editora


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Carmem Feijó (UFF)
Foto: Arquivo pessoal

A economista Carmem Feijó (UFF) é a nova editora dos Cadernos do Desenvolvimento. Sócia do Centro Celso Furtado, já tendo assumido o cargo de diretora da instituição, de maio de 2011 a março de 2012, Carmem substitui Ricardo Ismael (PUC-Rio) na função.

 
 
O que a motivou a aceitar o convite para assumir a editoria dos Cadernos do Desenvolvimento?
 
Sou leitora assídua dos Cadernos do Desenvolvimento e tenho utilizado muito do material divulgado em sala de aula junto aos alunos de graduação e de pós graduação. Quando o convite me foi feito no final de 2014, fiquei muito contente e me senti honrada, pois esta é uma oportunidade para eu dar continuidade e poder contribuir para o debate acadêmico na linha do desenvolvimento socioeconômico, temática a qual me dedico desde longa data. Como professora e pesquisadora em um país com heterogeneidade estrutural e elevada dependência externa, considero que uma publicação como os Cadernos preenche uma lacuna importante como veículo de disseminação de resultados de pesquisa de uma agenda de trabalho essencial para todos aqueles estudiosos de economia, e das ciências sociais de uma forma geral, envolvidos no debate sobre o desenvolvimento de economias periféricas.
 
 
Qual a importância da divulgação científica no Brasil por meio de publicações como os Cadernos do Desenvolvimento, sobretudo para áreas como economia, política e ciências sociais?
 
A temática do desenvolvimento é muito vasta, e os Cadernos se propõem a divulgar a pesquisa sobre questões do desenvolvimento de várias formas, além de artigos submetidos e resenhas: através de ensaios, do dossiê Celso Furtado e entrevistas, com depoimentos inéditos de grandes nomes associados ao desenvolvimentismo, em suas várias vertentes de pensamento. Neste sentido, os Cadernos se distinguem de outros periódicos acadêmicos com uma proposta de disseminação do conhecimento focado exclusivamente em artigos submetidos e resenhas. Esta diversidade na forma de apresentação do periódico reflete o entendimento sobre a questão do desenvolvimento, seguindo o pensamento de Celso Furtado, que deve ser tratada interdisciplinarmente, para dar conta de suas múltiplas dimensões.
 
 
Atrair mais leitores é um objetivo natural de qualquer publicação. Mas editar uma revista rica de conteúdo que desperte e realimente o interesse do leitor a cada edição é o maior dos desafios. Que planos a senhora tem para os Cadernos do desenvolvimento nesse sentido?
 
O propósito de uma revista acadêmica é oferecer aos pesquisadores um local para transmitir os conhecimentos oriundos de sua pesquisa e contribuir para melhorar o conhecimento em torno dos temas em debate. No caso dos Cadernos, desde 2011, quando renova seus objetivos iniciais e amplia seu escopo ao se transformar em um periódico semestral com publicação de artigos com peer-review, um passo importante foi dado na direção de ampliar o espaço para pesquisadores debaterem questões de desenvolvimento e heterogeneidade socioeconômica numa perspectiva diferente do modelo teórico one size fits all. Neste sentido, o que deve alimentar o interesse do leitor a cada edição é a capacidade da publicação em atrair autores que estejam trabalhando nas especificidades das questões de desenvolvimento de economias periféricas, que têm raízes históricas e exigem conhecimento especializado. Esta perspectiva analítica deve ser reforçada com o debate sobre propostas de políticas públicas bem fundamentadas na literatura acadêmica relevante e a partir das análises acadêmicas bem estruturadas. Um profícuo debate deve emergir desta troca contínua de conhecimento, e que terá nas inúmeras atividades do Centro Celso Furtado oportunidade de fazer evoluir a agenda de pesquisa em desenvolvimento. Acredito que o interesse do leitor nos Caderno será proporcional ao aumento da pesquisa e do debate em questões sobre o desenvolvimento na linha do pensamento estruturalista de Celso Furtado. Em suma, um projeto imediato para a revista é ampliar a sua visibilidade, em paralelo com a rede de pareceristas e autores.
 
 
Que orientação editorial a senhora pretende implementar na publicação?
 
A revista encontra-se em fase avançada de consolidação e, portanto, o meu objetivo é manter a orientação editorial e trabalhar para a sua boa reputação, com a divulgação rápida de trabalhos relevantes com qualidade acadêmica, numa perspectiva plural em termos de visões de pensamento.

 

 





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